O clima quente não é um clima muito propício ao bem estar de um Chow. Tendo sua origem em uma região assolada por ventos gelados, as planícies mongóis, o chow desenvolveu um grosso casaco de pêlos. Entretanto, como não haviam muitos locais para se abrigarem, eles passavam muito tempo tomando sol direto. A proteção contra o vento também servia contra o sol, pois o isolamento têrmico é muito eficiente.
Como a maior parte do Brasil se encontra em regiões climáticas muito quentes, a visão de um Chow nestas regiões não tende a combinar muito. A adaptabilidade à mudanças de um cão é quase tão grande quanto a do homem. Um chow que vive em uma região quente acaba desenvolvendo um pêlo menos denso, para "quebrar" a incidência direta do sol e permitir uma ventilação maior e um sub-pêlo que mantêm a temperatura constante.
É comum um chow deitar-se num horário quente no sol para se aquecer. Quando isto ocorre você pode notar que o pêlo fica quente, mas o sub-pêlo continua fresco. Entretanto ao perceber que a temperatura já atingiu o grau desejado eles rapidamente saem do sol direto e procuram um local arejado e fresco. O longo pêlo os protege da incidência direta do sol, mas podem se tornar vilão caso o ambiente esteja muito abafado e quente, pois assim como o calor não entra, também não sai com facilidade.
O verão relativamente longo, quente e úmido da maior parte do Brasil causa um stress maior ao chow. A tosa pode ser uma saída para ajudar o chow a enfrentar com maior facilidade este período difícil. Em regiões onde o calor ocorre o ano todo a tosa pode ser mantida o ano inteiro. Nas regiões sub-tropicais, onde o inverno pode ser mais rigoroso, a tosa deve ser feita no início do verão e mantida durante esta estação, mas quando o inverno chegar o cão já deve estar com o casaco natural recomposto ou grande o suficiente para mantê-lo aquecido. A tosa possui, além da vantagem de diminuir o calor do cão, a maior facilitação na higienação tanto do cão quanto do ambiente. Cães em exposição não podem estar tosados quando entrarem em pista.
O maior problema para um chow não está propriamente no calor, e sim na umidade. Se ele viver em um local muito úmido, as chances de aparecerem problemas de pele são muito maiores. As temperaturas temperadas em conjunto com os invernos úmidos causam a maior parte dos "hot spots". Ou seja, é o inverno e não o verão que causa mais dores de cabeça nos proprietários de Chow.
Mesmo adaptado ao clima quente, nunca deve faltar água para um chow e eles bebem muita. O ar-condicionado não deve estar em uma temperatura muito baixa, pois se o cão sair para um ambiente externo pode sofrer com a variação alta de temperatura. Nunca passeie com seu chow em um horário muito quente, prefira o início da manhã, o final da tarde e a noite.
Este problema ocorre com mais freqüencia em regiões ou estações mais quentes quando o chow é deixado em um local com pouco ou nenhuma ventilação. O interior de um carro é um exemplo típico. O cão procura superfícies mais frias e, ao não encontrar, aumenta a freqüencia respiratória para tentar diminuir a temperatura, o que nem sempre é suficiente. Os principais sintomas são: moleza, o animal cambaleia, respiração ofegante, aumento da temperatura corpórea, pele seca, aumento da pulsação. Se medidas não forem tomadas urgentemente o cão podem ter parada uma cardíaca ou respiratória e falecer. Ao perceber estes sintomas é fundamental diminuir a temperatura urgentemente. Bolas com água fria, banhos com água gelada, ventilação do ambiente, colocação do animal em ambiente climatizado, corte imediato do pêlo, principalmente o da juba, são medidas que podem ser tomadas urgentemente para tentar reduzir os sintomas. O veterinário deve ser chamado para fazer o acompanhamento e a estabilização do quadro. O quadro pode se estabelecer muito rapidamente caso o ambiente favoreça. Já houveram muitos casos em que, em poucos minutos, os sintomas foram percebidos e, sem o devido tratamento emergencial, o cão faleceu. Portanto fique atento ao local onde você deixa seu chow, deve ser arejado e fresco.
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